quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Feliz 2.999!

Feliz 2.999, e que venha o ano 3.000!

Mais um milênio está para se encerrar. É mais um ciclo que se fecha dentro de si, é como a milenar e mitológica figura de oroboro comendo a própria cauda. E eis que surge um tempo para refletirmos em nossas realizações mais significativas assim como nas promessas futuras e nossos atuais desafios. 

O saldo desse milênio foi bom, com todos os prós e contras. Se o primeiro milênio do ano 0 d.C. era matar ou morrer, onde a humanidade estava em exploração por novas terras esbarrando com novos povos de outros continentes, no segundo milênio não foi muito diferente, o homem continuou a desbravar novos locais para expandir suas posses e novos contatos com diferentes culturas também foram feitos, porém com a diferença de um pequeno mas crucial avanço tecnológico que desdobraria em toda nossa atual tecnologia disponível hoje. 

Se até o ano 1.000 o homem ainda era considerado um ser rústico, no final do ano 2.000, apesar de um pequeno salto tecnológico, todo o planeta estava conectado entre os povos com o que chamávamos de internet. O homem ainda era brutal e mais letal.  Com mais informações, novas formas de destruir e construir. E agora que nos aproximamos do ano 3.000 parece que o progresso tecnológico é evidente e a interatividade está a nossa volta, onde muitos não ouviram falar dos rústicos meios de transporte como o avião ou navio, ou das retrôs televisões ou celulares como veículos de comunicação, que somente para os mais curiosos conhecem quando acessam os atuais holo-museus e não acreditam como vivíamos. 

Enquanto uma minoria atua para viabilizar modelos sociais para um bem-estar coletivo de forma harmônica, a  grande maioria comandada ainda por uma minoria opera para expandir suas posses, agora no campo mental de cada indivíduo, seja dessa planeta ou dos planetas e luas habitáveis e colonizadas pelo ser humano nos últimos séculos. 

No final do ano 2.000 o homem havia pisado na lua e começado um programa espacial que resultou - após 500 anos de investimento - em um boom de colônias nos planetas e luas do nosso ínfimo sistema solar. O sistema solar está conectado por uma complexa mas bem elaborada rede neural coletiva da nossa espécie: a SSS - Solar Soul Soup, uma alusão ao antigo sistema da virada do milênio passado WWW - Wide World Web. Nos orgulhamos desse feito hercúleo de conectividade entre a nossa espécie. E com esse avanço, novos desafios.

A tecnologia sempre impulsionou o homem a grandes realizações, principalmente no campo material, todavia as formas de controle agora mudaram de forma e conteúdo. Agora a interligação entre nós é clara. Já nascemos interligados com as nossas mentes conectadas mentalmente de forma consciente pela rede de todas as pessoas co-sanguíneas vivas, independente da distância de espaço entre elas, assim como com as pessoas transmutadas, como chamamos agora os mortos, que não são mais mortos na concepção da palavra. Descobrimos que nossa consciência é viva e se mantém em evolução, mesmo após nossos corpos entrarem em falência. Alguns ainda chamam de alma, nós apenas de consciência expandida pós-mortem, com nossos conteúdos mentais ainda conservados em biocubos portáteis. As famílias mantém em suas life-tecas seus entes queridos para pedirem conselhos e ideias. O que as religiões do passado se referiam a outros planos espirituais, na verdade são outras formas de energia que agora somos capazes de nos conectarmos e viver em contato constante, assim não morremos mais, somos transmutados e em permanente evolução. Também com a SoulNet, como é vulgarmente conhecida a SSS, somos capazes dentro de um raio físico de 100 quilômetros de distância de onde estamos, ficarmos conectados e conscientes do que se passa dentro da mente de todos os moradores ou visitantes que estejam dentro dessa distância de nós. Isso sem contar com nossa atual capacidade de interagir cognitivamente com as outras espécies, eles nos entendem e agora nós os entendemos através de uma interface de comunicação comum entre as espécies. É todo um novo meio de perceber nossa planeta azul e os demais. Para alguém  do ano 2.000 tudo isso atualmente parece algo inconcebível, acredito que deve ter sido uma sensação parecida para o homem das cavernas conceber um ônibus espacial à lua terrestre. 

A tecnologia sempre traz avanços e novas formas de viver. Houve avanços claro, atualmente nossa mente coletiva interligada em tempo real é algo surpreendentemente ainda recente e novo. Ainda buscamos entender como pensar coletivamente em tempo real. E apesar de toda a tecnologia disponível, ainda buscamos  meios para uma convivência social harmônica, onde a harmonia da espécie é maior do que interesse oligocêntrico de poucos. Buscamos uma forma de nos destruirmos menos, apesar do saldo entre transmutados e novas vidas seja sempre maior. Há esperança, uma minoria revolucionária sempre luta por novos modelos humanitários.

Curiosidade do milênio: um objetivo, talvez jurássico para os dias atuais, ainda está em nossos meios, resistindo bravamente: o livro. Talvez seja o sinal de que a sabedoria milenar de pensadores do milênio passado possa nos dar uma luz para o próximo milênio que se abre. E quando iremos aprender a viver de modo coletivo? Talvez precisemos de mais um milênio, no ano 4.000 respondo, já que estarei por aqui, registrando de outras formas talvez.

Paz harmonizada para todos os seres sencientes. Aum!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Escolha seu meio de locomoção!

O que nos move?

Essa pode ser uma das perguntas filosóficas mais antigas do mundo, mas sua pertinência sempre é atual. Se a resposta nunca é definitiva, as razões de como desejamos nos mover nessa vida, ou seja, de viver no aqui e agora, sempre são. 

A resposta é pessoal e intransferível, e para isso temos que pensar, ou não? 

Pensar exige esforço e empenho. Mas para nossa felicidade, todo mundo pensa, de uma maneira ou de outra. Uns de modo mais profundo, holístico, meditativo, filosófico ou simplesmente abstrativo, outros mais superficial, ou ainda, mais no campo emocional. Alguns racionalizam tudo e buscam colocar dentro de uma caixinha seus paradigmas e dogmas morais, outros mais passionais, vivem com os sentimentos a flor da pele e agem de acordo com o seu coração, mas somos um todo. 

Mas será que o modo de como decidimos pensar, influencia nosso estilo de vida, nossas percepções das pessoas a nossa volta? Será que a forma com que tomamos nossas decisões diárias, nos trazem mais ou menos satisfação nessa vida? 

"Todos tomamos decisões a todo instante. Escolhamos constantemente, de modo consciente ou romanticamente."

Será que é mais fácil entregar o peixe já pescado? Parece que todos querem receber a receita mágica do bolo perfeito ou simplesmente só degustar o peixe. Escolhas. Então não reclame, no mínimo pare de fazer tudo o que te faz infeliz e insatisfeito, e não espere não, pare agora! Ser feliz é uma questão de decisão própria, não depende de mais ninguém e é de graça, pois como ouvi esses dias de um velho matuto da roça: "Tristeza não paga dívidas, então pra que sofrer".

Pensar é pisar em áreas inexploradas da nossa mente, é sair do útero. É sair da zona normal de conforto e segurança. Refletir é sermos como os exploradores de outrora que desbravavam terras inóspitas, florestas densas, tundras áridas, desertos gigantescos ou terras gélidas dos pólos. 

Melvin Kaminsky dizia que o meio de transporte de nossos ancestrais há 10.000 anos era é medo. O ser humano se move pelo medo ou pelo prazer. Cada um escolhe seus próprios meios de locomoção por essa vida.

Mas no final é simples: ou vivemos de acordo com o que outros ditam ou de acordo com nossas próprias ideias de mundo e definições de vida! 

Afinal, qual é seu lema de vida? 

O que te move?

domingo, 17 de novembro de 2013

Intra-ativismo: como destruir padrões mentais negativos

Ativismo é uma postura baseada em ações práticas para mudanças reais do status quo, alicerçada em novos valores, que ainda não são praticados dentro da sociedade onde se está inserido. E muitos confundem ativismo com vandalismo. O verdadeiro propósito do ativismo são mudanças do sistema vigente, como nas estruturas sociais ou organizações econômicas ou ambientais, seja ele qual for. Mas como mudar a realidade a nossa volta, sem a destruição de patrimônios, que pertencem a todos? Existem várias alternativas para termos mudanças, todas com seus impactos, umas mais rápidas, outras mais lentas, mas se pudermos manter valores positivos, sem ódio ou ignorância envolvidos durante esse processo de mudança, o vandalismo não florescerá. 

Bem, mas podemos abordar o conceito do ativismo para outro uso, o pessoal: o intra-ativismo.

Mas e se pudermos trazer esse conceito para dentro de nós, será que podemos fazer "ativismo interno", ou seja, dentro de nós mesmos, para rompermos com estruturas mentais desgastadas e que só sugam nossa energia interna?

Será que para utilizamos o intra-ativismo como um modelo mental para romper padrões internos negativos precisamos de verdadeiras revoluções mentais internas com alto poder destrutivo das amarras mentais que nos aprisionam dentro de nós mesmos? 

Nesse contexto, do ativismo mental, processos de destruição de emoções negativas e seus sistemas que o mantem vivos, precisam ocorrer. Processos dolorosos muitas vezes, onde uma verdadeira guerra ocorre nos campos entre a razão e a emoção, entre o mudo subjetivo e objetivo, entre a fantasia e a realidade. 

"Mudanças internas só ocorrem com revoluções mentais". 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Homo helium: o ser humano e suas órbitas de felicidade

círculo microssocial de felicidade egocêntrica

O ser humano é um animal social e isso é um fato conhecido. Outros seres também convivem de forma organizada, em estruturas sociais complexas e harmônicas, como as abelhas, formigas, golfinhos e baleias, para citar apenas alguns. Mas algumas perguntas que podemos fazer: qual o nível de sociabilidade que cada um de nós opera em prol de si mesmo e da coletividade, até onde realizamos nossas atividades de modo realmente coletivo em prol do bem-estar geral, até quanto estamos dispostos a nos entregar para o outro e para a sociedade, e com quem desejamos efetivamente compartilhar nosso tempo em prol da felicidade.

Pode ser mais uma teoria que precise ser comprovada ao longo do tempo, mas aparentemente o ser humano opera dentro de um círculo microssocial de felicidade egocêntrica.

O ser humano opera de modo minimamente coletivo. 

Quando se pensa em quais pessoas nesse mundo você pode (e quer) contar para ser cuidado e ajudado sob quaisquer circunstâncias, ou com quais pessoas você deseja estar para dividir seus momentos de felicidade, ou com quem gostaria de trocar experiências e ensinar todo seu conhecimento? Talvez seu círculo real de felicidade seja menor do que 10 seres humanos que orbitem você, ou seja, o necessário para sua sobrevivência, conforto físico e mental ao longo de todo sua vida. Talvez estejam nesse círculo alguns parentes próximos (seus pais e filhos), alguns raríssimos amigos de sangue, e um ou outro ser humano que você tenha uma afinidade inexplicável, mas está sempre lá. O ser humano só opera coletivamente quando obtêm algum ganho pessoal, seja para o momento presente ou com segundas intenções para usufruir, ou até cobrar, no futuro.


O ser humano e suas órbitas

O ser humano tem necessidade de pessoas orbitando no seu entorno, ele precisa falar da sua existência, precisa afirmar a sua presença nesse mundo (para outras pessoas). O ser humano gosta de (precisa) dividir seus pacotes de momentos de vida, mas convenhamos, sempre centrado em sua própria felicidade egocêntrica, sempre a partir dele, e raramente de modo altruísta (e aqui a palavra "raramente" está sendo usada por falta de uma palavra que exprima melhor o conceito de extremamente ocasional).

Homo helium

Mas somos um animal social, e se fossemos o único ser humano da face da terra, a vida ficaria sem sentido, todavia, somos mais um Homo helium, onde tudo deve girar a nossa volta, temos uma força interior que faz com que somente a nossa felicidade seja prioritária, sempre acima das prioridades dos outros. Claro que não desejamos ter uma vida miserável e de sofrimento por toda nossa existência nessa nossa curta vida nesse planeta, mas geralmente, operamos no modo geocêntrico, onde o Sol gira em torno da Terra, antes que Copérnico sugerisse outro modo de enxergarmos o mundo a nossa volta. Cada um, geralmente, e no íntimo, pensa que é o umbigo do universo. Mas vamos com calma. Sim, há exceções, e ainda acredito em uma humanidade mais humana. 

sábado, 26 de outubro de 2013

A plenitude versus a produtividade

Como pensar uma nova sociedade senão a partir da reflexão e ideias sobre o que nos faz bem enquanto seres humanos?
 
Quando me permito ficar comigo mesmo, exercito minha verdadeira individualidade, sem as convenções e regras que o coletivo e a sociedade insistem em me tirar e que me obriga a afastar-se de mim mesmo em prol do sistema, de uma sociedade deturpada por valores mecânicos, insensíveis e simplesmente desumanos.
 
O sistema é a soma de todas os ideais de cada indivíduo ou é uma entidade com valores e fins próprios? É uma questão insolúvel como quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Todavia, a relação entre ambas é intrínseca, inevitável e simbiótica, e isso nos leva ao ponto de nos permitirmos saber o que exatamente queremos para nós enquanto seres humanos nesse ínfimo período de nossas existência.
 
Atualmente, para a maioria das pessoas que vivem sob o sistema globalizado, não temos liberdade de exercemos nossa plena individualidade enquanto seres pensantes em prol da nossa subjetividade, nossa identidade real, enfim, nossa essência. O sistema nos obriga a sermos parte da produção massiva em prol de objetivos que mantenham o próprio sistema vivo e operante, nos mantendo sempre ativos em termos de produtividade de atividades de manutenção e até expansão da dita sociedade civilizada.
 
Qualquer indivíduo que se permita exercer sua liberdade reflexiva para estar e se sentir em contato consigo mesmo será visto como um ato digno de repreensão e punição pelo sistema. O velho mundo nos deu Sócrates e outros pensadores que lutaram pela liberdade do ser humano contra a escravidão por outros seres humanos e contra sistemas opressivos, e também nos deixou sementes para continuarmos nossa busca dentro do nós mesmos, e para isso precisamos apenas de tempo, um dos recursos mais valiosos, se bem utilizado.
 
Sim, busco usar e otimizar o tempo que é meu mesmo, busco a autêntica liberdade que estar em contato com o que há de mais puro dentro de mim, e isso me define como um ser humano pleno.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Um recurso para mudar o mundo: o ócio pragmático

     Até que ponto nosso governo - eleito por nós e integrado por aqueles cujas posições foram conquistadas através de nepotismo, concursos públicos ou outro modo de acesso - deseja criar condições para que a pólis (nossa sociedade, enfim, nós mesmos) se torne realmente pensante?
     
     Até que ponto nós (a pólis, a sociedade) desejamos que o estado seja forte - e forte pode-se dizer por estado intervencionista, e tenha total obrigação de estruturação, em todas as áreas e atividades existentes - e assuma as responsabilidades pela entrega e manutenção dos serviços ditos comunitários e públicos?

      Até onde queremos que nossas liberdades de escolha e decisão como indivíduos sejam respeitadas pela própria pólis ou pelo estado - seja sob qualquer aspecto de nossas vidas - como ideais de vida social, econômica, religiosa, ambiental, estrutural, sexual, cultural, física, emocional, entre outros.  

     E enfim, até que ponto estamos dispostos a nos esforçarmos para termos direito ao nosso próprio espaço de criação, ou seja, até onde queremos que o estado não intervira em nossas escolhas, e até onde nós iremos nos responsabilizar pelas nossas decisões? 

       A equação desses três elementos - os limites do indivíduo, da sociedade e do estado - que precisamos ter a resposta dentro de nós prioritariamente, antes de contestarmos o governo, a sociedade ou nós mesmos, de sairmos às ruas com reivindicações desconectas, de reclamarmos sem saber as alternativas para possíveis soluções práticas, de xingarmos alguém, de sermos grosseiros ou mal-humorados com o outro, e assim por diante. 

      Não importa o nível da realidade - o privado ou público - o que precisamos é uma boa dose de reflexão para termos minimamente o modelo de sociedade e governo que queremos em nossas vidas, e até onde estamos dispostos a participar ativamente da construção dessa nova realidade.

       Enfim, tire um minuto, uma hora, um dia, uma semana - não importa a quantidade e sim a qualidade do tempo investido - para pensar qual é a melhor forma de vivermos para nós e para a sociedade que estamos inseridos, e darmos o primeiro passo pragmaticamente dentro da realidade.

domingo, 6 de outubro de 2013

Somos educados a todo instante.

Educar é fundamental.

Todos sabem, conhecem as instituições formais de ensino, entendem os sistemas paralelos de educação, e poucos compreendem a dimensão desse processo de construção social e formação do ser humano.

Somos educados a todo instante. Aprendemos e ensinamos. O processo de transmissão é constante e é um caminho de mão dupla.

A todo momento e em qualquer nível de contato com a realidade que nos permeia, estamos tendo experiências, aprendendo, retendo o que nos interessa, compartilhando e ensinando outros, seja de forma consciente ou não. Do momento que acordamos, ainda com os olhos fechados e com os primeiros pensamentos em nossas mentes, o processo já está presente. Aprendemos com nossos familiares, amigos, colegas, pessoas distantes,pessoas amadas e outras odiadas, pessoas que nunca vimos na vida, todo tipo de linha de pensamento escrita e perpetuada através dos livros de todo o mundo,

Os centros de acúmulo do conhecimento são qualquer local ou pessoa. Seja um local formal, como escolas, faculdades, universidade, bibliotecas públicas ou da sua estande de livros, ou através dos transmissores formais, como os professores, acadêmicos, palestrantes ou os vários profissionais do mercado com suas especialidades. Ou seja em locais informais (ou melhor, não reconhecimentos pelas instituições "oficiais"), e aqui vale ressaltar que qualquer tipo de lugar, literalmente qualquer um, pode ser considerado um local de conhecimento acumulado, pronto para ser transmitido: de um bordel a um centro de comando de um traficante de drogas e armas, de um local de rituais de uma seita ao mais rústico boteco de um vilarejo, de uma boate a um presídio. Todos são locais com pessoas que possuem conhecimento e estão constantemente compartilhando o que há de melhor e pior do ser humano.

Se educar é uma das bases de uma sociedade, qual a melhor forma de construirmos processos práticos e eficazes para uma sociedade mais humana? Acredito que apresentar a todos e a todo instante a essência de valores universalmente benevolentes seja um caminho, valores do tipo "faça o bem, não importa a quem" realmente de modo incondicional, valores baseados em conceitos essencialmente humanos de amor, bondade, compaixão, perdão e tolerância; e não aqueles valores pseudo-benefícios do tipo "eu só faço o bem, a quem me convém".

domingo, 29 de setembro de 2013

Onde colocar o suado dinheiro do meu bolso?

Recentemente analisei o montante do orçamento do governo federal destinado aos seus ministérios. Partindo da premissa que cada governante, e seu sistema de aprovação do orçamento anual através do congresso, tem pleno poder de definir para onde os recursos financeiros e humanos da União são direcionados, podemos saber na prática como governam, e podemos fazer algumas considerações sobre o dinheiro público, o meu e o seu, que já foi gasto esse ano, e ainda será destinado até o final do mandato de todos.

Enquanto um dos maiores programas assistencialistas do mundo, o Bolsa Família, absorve R$ 20 bilhões de reais ao ano, os recursos para o apoio da safra de agricultores familiares tem apenas R$ 0,4 bilhão.

Para que as pessoas do Bolsa Família recebam gratuitamente esse recurso, elas não precisam dar nada em troca, nem para o governo nem para a sociedade, a não ser esforço um vez ao mês da sua ida até o banco ou lotérica mais próxima para sacar seu 'beneficio'.

Enquanto isso, o agricultor familiar e sua família precisam plantar, cuidar da sua plantação diariamente, contar com a natureza para não chover nem demais nem de menos, acordar antes do sol raiar, dormir após um longo dia arando, adubando, colhendo, processando, entregando para intermediários e para escolas locais, enfim, administrando toda uma cadeia de produção, comercialização e logística, nem que seja para fazer isso toda semana para vender seu pé de alface em uma feira local para sua subsistência e de sua família, e chegar no final do mês ainda ter que fazer contas.

E para o apoio a safra da pesca, menos do que R$ 0,2 bilhão. Considerando que o Brasil possui uma dos maiores litorais marítimos do mundo, além de todo os recursos de água doce. Para ser pescador ou aquicultor o desafio é tão grande como para o agricultor. Exitem outras aberrações em outros ministérios cruciais para a sociedade. Isso sem mencionar o universo de obrigações tributárias e impostos que qualquer ser humano, que produz honestamente, tem que arcar sob a pena da lei.

A pergunta que fica é: o que o governo deseja com essa política? Estimular e educar exatamente que tipo de pessoas para nossa sociedade? Existe sustentabilidade nesse modelo? O que estamos criando afinal?

E se fosse você a dividir e definir o destino do orçamento, quais seriam suas três áreas prioritárias para nossa sociedade?

domingo, 8 de setembro de 2013

Sob as regras que vivemos: O Sistema

Nós estamos constantemente sob um mol de regras, sejam elas morais, sociais, econômicas, religiosas, políticas, jurídicas ou qualquer outro aspecto de nossas vidas. E quando estamos inseridos dentro de uma sociedade essas regras nos agradam ou não, concordamos com algumas, desprezamos outras, e como saldo, interagimos com elas, influenciando-as com nossos atos e sendo impactados por elas.
Nosso senso de liberdade é diretamente influenciado pelo senso de liberdade de outro, então a liberdade de sermos o que desejarmos tem sua restrição imposta a partir do momento em que escolhemos viver em sociedade. Parafraseando meu chará Nietzsche, "nos indivíduos, a loucura é raro, mas nos grupos, nos povos, nas épocas, é regra." - isso porque o desafio de vivermos harmonicamente em sociedade é um sonho que é perseguido utopicamente. Dos povos tribais às sociedades ditas modernas e seus atuais sistemas de regras, como democracia, monarquia, parlamentarismo, ditadura ou autocracias, ou algumas alternativas, como zeitgeist, ecovilas, ou ainda rústicos agrupamentos rurais isolados, sempre estaremos sob algum tipo de conjunto de regras estabelecidos e aceitos, ou tolerados, por nós, até um novo rearranjo cultural. Não há como escapar desse dogma social, então, sob qual sistema de regras você deseja viver?

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Óbvio Ululante

De tempos em tempos a humanidade faz progressos em algumas áreas. Em alguns momentos, movimentos religiosos, de ateus à adoração de todo um panteão de deuses e deusas ou ao monoteísmo. Em outros locais do mundo, movimentos sociais, de coletores ao povoamento em altas densidades populacionais como nas megalópoles, ou ao retorno consciente às ecovilas. Ou em termos de tecnologia, do domínio do fogo e das armas cortantes às realidades aumentadas e mundos inteiramente virtuais. E se pode citar inúmeros temas e suas relações, mas enfim. O fio condutor para toda evolução está centrada no ser humano e como ele (você mesmo que está lendo esse post) se relaciona com você mesmo, com o outro e com o restante do ambiente ao seu redor. Parece que sempre estamos em busca de algo, explorando o novo, o misterioso, adentrando em universos desconhecidos, alongando nossos horizontes, mas a que preço? Será que o ser humano deve(ria) estar sempre em primeiro plano? Ou será que sistemas econômicos ou as tecnologias devem ser o centro de tudo? Parece que estamos precisando mesmo é de uma boa dose do óbvio ululante.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Soluções sustentáveis: Ecovilas

Reclamar não soluciona, manisfestar somente dá voz a indignação, porém materializar uma solução é o caminho para montarmos uma nova sociedade, na prática. E essa concretização que exige o maior dos esforços, pois migrar do sonho para a realidade é o que pouco estão dispostos a lutar, a construir e viver.

Um conceito pouco conhecido no mainstream da mídia e da sociedade padrão é o da ecovila. 

Comunidades planejadas para serem autossustentáveis, as ecovilas são uma alternativa viável. Planta-se e alimenta-se do que a terra dá, onde todos estão envolvidos nos processos de sustentação dessas verdadeiras vilas humanas, onde o dinheiro não é conhecido e não faz diferença para se viver bem. As ecovilas tem valores fundamentalmente humanos e ecológicos de sustentabilidade. Os povos ancestrais já o praticavam, devido ao tamanho de suas populações e recursos tecnológicos disponíveis, assim como povos indígenas e selvagens atuais ainda o fazem. 

Agora vamos imaginar, com todo nosso conhecimento e tecnologia disponíveis... uma nova sociedade é viável e possível, além de poder nos oferecer conforto na medida certa, sem precisarmos matar, roubar ou acumular insanamente qualquer recurso. 

Que tal mudarmos nosso paradigma de vida?

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Sociedade 2.0

Se fossemos criar uma sociedade do nada, como ela seria estruturada? 

A humanidade existe há alguns milhares de anos, e como sociedade organizada há apenas alguns milênios, e somente algumas poucas décadas atrás que estamos unidos de forma global e vivendo conectados, conhecendo, ou tendo a oportunidade de ter acesso, todas as diferentes culturas de cada tribo desse planeta. Ainda é novidade para todos, estamos aprendendo a viver nessa nova sociedade integrada, afinal informação não é conhecimento, e conhecimento não é sabedoria.

Mas, qual será a base para estruturarmos o modo de como desejamos viver? Deverá haver regras, dogmas, paradigmas, convenções sociais formais? Por onde começar?

Será que a criação de uma nação única e global, com uma bandeira chamada planeta Terra.  Apagar todas as linhas de fronteiras entre países, eliminar as regras de imigração global para que todos tenham o direito de ir e vir globalmente, derrubar os muros mentais dos dogmas religiosos que segregam cada vez mais, em vez de unir harmonicamente a humanidade, trabalharmos coletivamente em prol do outro ou desaparecer com esse pequeno pedaço de papel pintado de verde e criarmos uma nova moeda de convivência? 

Quem tiver sugestões, que levante a mão!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ócio Construtor

Uma das matérias-primas para a construção de uma sociedade melhor é o ócio ativo, é o ato de nos permitirmos tempo para pensar e refletir sobre como desejamos viver. Outros insumos são essenciais e com o tempo vamos colocá-los juntos nesse novo caldeirão de ideias, o novo tangram de ideias, para que juntos possamos compartilhar as bases para vivermos melhor :)