Como pensar uma nova sociedade senão a partir da reflexão e ideias sobre o que nos faz bem enquanto seres humanos?
Quando me permito ficar comigo mesmo, exercito minha verdadeira individualidade, sem as convenções e regras que o coletivo e a sociedade insistem em me tirar e que me obriga a afastar-se de mim mesmo em prol do sistema, de uma sociedade deturpada por valores mecânicos, insensíveis e simplesmente desumanos.
O sistema é a soma de todas os ideais de cada indivíduo ou é uma entidade com valores e fins próprios? É uma questão insolúvel como quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Todavia, a relação entre ambas é intrínseca, inevitável e simbiótica, e isso nos leva ao ponto de nos permitirmos saber o que exatamente queremos para nós enquanto seres humanos nesse ínfimo período de nossas existência.
Atualmente, para a maioria das pessoas que vivem sob o sistema globalizado, não temos liberdade de exercemos nossa plena individualidade enquanto seres pensantes em prol da nossa subjetividade, nossa identidade real, enfim, nossa essência. O sistema nos obriga a sermos parte da produção massiva em prol de objetivos que mantenham o próprio sistema vivo e operante, nos mantendo sempre ativos em termos de produtividade de atividades de manutenção e até expansão da dita sociedade civilizada.
Qualquer indivíduo que se permita exercer sua liberdade reflexiva para estar e se sentir em contato consigo mesmo será visto como um ato digno de repreensão e punição pelo sistema. O velho mundo nos deu Sócrates e outros pensadores que lutaram pela liberdade do ser humano contra a escravidão por outros seres humanos e contra sistemas opressivos, e também nos deixou sementes para continuarmos nossa busca dentro do nós mesmos, e para isso precisamos apenas de tempo, um dos recursos mais valiosos, se bem utilizado.
Sim, busco usar e otimizar o tempo que é meu mesmo, busco a autêntica liberdade que estar em contato com o que há de mais puro dentro de mim, e isso me define como um ser humano pleno.